Se

 eu queria te chamar qualquer dia desses para vir aqui em casa,

deixar você encarando os meus livros enquanto eu passo um café
só para depois voltar com duas canecas cheias, uma para você e outra para mim
e te contar as minhas histórias favoritas, os livros que me deixaram desconfortáveis
e algumas breves recomendações

e quando a gente se der conta, os cafés já estão meio frios, mas a conversa segue acalorada, você me fala dos seus filmes de criança e porque viagem no tempo é tão legal, “imagine, como seria tudo isso se pudermos voltar e corrigir nossos erros?”

O silêncio cairia sobre teus ombros e também sobre os meus, porque esses são pensamentos que pela falta de intimidade ainda não vamos compartilhar, mas damos cinco minutos para ir às principais escolhas que fizemos, quem machucamos, quem amamos e por que amamos.
“será que se corrigirmos nossos erros estaríamos aqui? estaríamos mais felizes ou mais tristes?”

ainda assim gostava de te apresentar algumas minúcias, coisas escondidas, uma técnica que eu descobri para descascar cebolas, uma receita nova de chocolate quente, meu lado favorito da cama. ainda assim, mesmo sabendo que te apresentar o meu mundo faria com que toda essa mágica acabasse, essa mágica que fica no “e se”, algo que não ousamos ultrapassar.

cafés frios também pode ser bons quando acompanhado de boas histórias e algumas renúncias.

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