escrevo essas memórias
porque talvez seja um jeito de me remontar
e lembrar das pequenitudes dos dias
já fazem trinta anos que as coisas acontecem
e ainda não me lembro onde que foi parar aquela caixinha de giz da quinta série

porque talvez seja um jeito de me remontar
e lembrar das pequenitudes dos dias
já fazem trinta anos que as coisas acontecem
e ainda não me lembro onde que foi parar aquela caixinha de giz da quinta série
e nem que fim tiveram todas as borrachas
escrevo para que o tempo não possa pagar,
escrevo para que o tempo não possa pagar,
porque a minha cabeça parece que as vezes
só as vezes
é melhor apagar algumas coisas do passado:
os corações quebrados
as tardes dando vida a noite
os pés de manga
o pique-esconde
escrevo para lembrar sobre o hoje,
os corações quebrados
as tardes dando vida a noite
os pés de manga
o pique-esconde
escrevo para lembrar sobre o hoje,
que a vida vale a pena ser vivida e,
que as vezes entramos nesse ciclo constante de insatisfação,
que as belezinhas,
as vírgulas,
os detalhes
vão sendo deixado de lados
e esquecemos como as pessoas sorriem,
e o sabor dos cafés,
e o cheiro das árvores
e as cores e os pedaços e os enfeites e as quinquilharias
Escrevo quase como arma contra o esquecimento,
e esquecemos como as pessoas sorriem,
e o sabor dos cafés,
e o cheiro das árvores
e as cores e os pedaços e os enfeites e as quinquilharias
Escrevo quase como arma contra o esquecimento,
que me recuso.
Para até todas as mínimas pessoas que duraram instantes
(ao cruzar a minha curta linha do tempo aqui).

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